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Ações no longo prazo: vale a pena investir?




Investir em ações de longo prazo pode ser uma excelente opção para a atualidade. Em um mercado cada vez mais volátil, pensar no curto ou médio prazo pode ser consideravelmente mais arriscado.

Além disso, grandes nomes do universo dos investimentos, como Warren Buffett, utilizam estratégias focadas no longo prazo e costumam ter grandes resultados com suas aplicações.

Neste artigo, mostraremos tudo o que você precisa fazer para investir em ações pensando no longo prazo. Acompanhe!

O que os grandes investidores falam sobre investimentos de longo prazo?

Inicialmente, discorreremos brevemente sobre as principais estratégias de grandes investidores e como eles trabalham suas ações no longo prazo.

Warren Buffet, um dos maiores investidores do mundo, tem em mente que, no curto prazo, as ações carregam em seus preços as emoções e os medos do mercado, o que faz com que seus preços oscilem muito durante esses pequenos períodos de tempo.

Por outro lado, no longo prazo, as ações são impactadas pelos fundamentos da companhia. Ou seja, no final das contas, pensando em períodos maiores, por exemplo, superiores a 5 anos, o que mais impacta os ativos são as características mais importantes da empresa.

Esse pensamento de Warren Buffett é o mesmo de Benjamin Graham, considerado o “guru” de muitos investidores que fizeram grandes fortunas no mercado financeiro. Nesse sentido, o segredo seria encontrar empresas que tenham grandes vantagens competitivas e margens operacionais.

No curto prazo, o preço das ações dessas empresas oscila de acordo com notícias e rumores. Porém, no longo prazo, os fundamentos, quase sempre, tendem a se fortalecer.

O que precisa saber para começar a investir em ações de longo prazo?

Antes de investir em ações no longo prazo, é fundamental conhecer alguns elementos que são considerados essenciais. Inicialmente, o investidor precisa definir o tempo que vai dedicar ao estudo e à análise das suas ações.

Pessoas que não têm muito tempo disponível para se dedicar ao mercado, quase sempre, devem centralizar seus investimentos no longo prazo. Afinal, nesse caso, você não necessitará avaliar gráficos, tendências, indicadores e outros elementos mais comuns de serem utilizados por traders, por exemplo.

Seu tempo será dedicado a estudar os fundamentos e os principais dados da empresa, tomando suas decisões com base nessas informações. Além disso, é indispensável conhecer alguns conceitos, como os que descreveremos logo a seguir. Continue lendo!

Demonstrações financeiras

Um dos elementos mais importantes a serem avaliados para definir os fundamentos de uma empresa e descobrir se é um bom negócio investir nela para o longo prazo, é ao analisar as suas demonstrações financeiras.

Esses dados são publicados periodicamente pela organização e abrangem uma série de informações sobre a sua gestão, tais como: faturamento, compras, endividamento, lucratividade, entre outros. O objetivo principal da análise das demonstrações financeiras é avaliar se a gestão administrativa do negócio é competente e se a sua atividade, efetivamente, gera resultados.

Empresas que registram prejuízo por longos períodos, alto endividamento e volume de despesas, indicam que há um maior risco de passarem por dificuldades que refletirão em seu investimento. Por isso, é imperativo checar esses aspectos antes de aplicar seus recursos nela.

Valor intrínseco

O valor intrínseco pode ser interpretado como o real preço das ações de uma companhia, sempre com base em uma avaliação realista de seus demonstrativos.

Muitas pessoas desconhecem esse elemento e, quando o conhecem, costumam ter dificuldades para entender o seu conceito real. Contudo, neste tópico, explicaremos com maiores detalhes.

Quem define muito bem esse conceito é Graham. Ele prioriza o chamado value investing, que, em português, significa investimento em valor.

Em termos práticos, o conceito pressupõe que o investidor deve aplicar seus recursos em uma empresa por acreditar que ela pode ser uma boa oportunidade com base nas suas análises, e não somente porque o preço das ações está subindo.

O valor intrínseco de uma ação não é algo fácil de ser encontrado. Para tanto, os maiores investidores do mundo utilizam a análise fundamentalista para chegar a esse valor. Ou seja, trata-se de uma avaliação minuciosa dos principais fundamentos do negócio e mercado para tomar uma decisão.

Para chegar a essa definição, o investidor estuda dados econômicos do empreendimento, e não se restringe apenas às variações nos preços dos papéis. Com isso, é possível ter uma base real da situação da companhia e, portanto, chegar até o valor intrínseco.

Depois de chegar até esse elemento, o investidor toma decisões com base nele. Ou seja, ele adquire os papéis quando o seu preço está próximo do valor intrínseco apurado anteriormente.

Visando essa informação, é importante estar atento às notícias e acontecimentos que podem impactar o preço dos papéis. Geralmente, as empresas atingem o seu valor intrínseco em momentos de crises que impactam a companhia ou o mercado de forma geral.

Um exemplo disso ocorreu durante a crise causada pela pandemia de coronavírus. Os preços das ações das principais empresas brasileiras derreteram e chegaram a patamares muito baixos.

Quando o “susto” passou, os investidores passaram a ter mais tranquilidade, fazendo com que os preços voltassem a patamares próximos aos de antes da crise. Assim, quem comprou ações nesse período de queda, certamente fez excelentes negócios.

Mesmo nesses casos, quando o valor intrínseco está abaixo ou próximo do preço dos papéis, ainda é importante verificar todos os fundamentos do negócio. Afinal, uma ação barata não garante que o investidor terá rentabilidade.

Dados sobre o mercado de atuação

Outro ponto indispensável de se observar e analisar é o próprio mercado de atuação da empresa que você pretende investir. Por exemplo, a Petrobras (PETR3/PETR4) é impactada diretamente pelas questões referentes ao petróleo, tanto no mercado nacional quanto no internacional.

No início de 2020, uma instabilidade causada por governos de países exploradores dessa commodity impactou o preço das ações da companhia, mesmo que o Brasil não tenha participado diretamente da “discussão”.

Isso é um exemplo clássico de como o mercado pode impactar os preços das ações da empresa. Portanto, mesmo que você invista no longo prazo, ainda é importante ficar atento a essas questões para aproveitar oportunidades, ou, se for o caso, sair de algumas operações.

Para fazer isso, fique de olho no noticiário ou em portais online que divulgam notícias sobre o mercado financeiro, canais que tratam diretamente do mercado de atuação de determinadas empresas e a página “Falando de Mercado” no portal de conteúdos do modalmais.

Como a volatilidade pode impactar seus investimentos?

A volatilidade é um elemento presente em todo o mercado financeiro, se caracteriza pelas flutuações de preços que ocorrem dentro de um pregão e acontece por meio de alterações causadas por notícias, indicadores econômicos e pelo próprio ânimo do mercado.

O que faz os preços se movimentarem dessa forma são os próprios investidores e traders, que, durante o pregão da Bolsa de Valores, compram e vendem os mais variados ativos negociados no mercado.

Aliás, a volatilidade pode ser uma aliada de quem opera nesse ambiente, visto que alguns profissionais precisam dessas oscilações de preços para obterem mais oportunidades de entradas e saídas rápidas.

Porém, para quem investe pensando no longo prazo, a volatilidade não deve ser a base para sua tomada de decisão. Afinal, sabemos que, no curto prazo, muitos fatores não considerados na análise fundamentalista se manifestam por meio da volatilidade, como as emoções e ânimos do mercado.

É necessário ter muita disciplina, tranquilidade e, principalmente, certeza na qualidade da sua análise. Se ela for feita de forma correta, você deve analisar a volatilidade com certa frieza e tomar decisões de saída nas operações apenas se os fundamentos confirmarem o movimento contra sua posição.

Afinal, qual é o prazo ideal para investir em ações?

Não há como afirmar categoricamente um prazo ideal para investir em ações, no entanto, especialistas em investimentos classificam que:

  • Aplicações mantidas por até 12 meses são de curto prazo;
  •  De 12 a 60 meses, médio prazo;
  •  Acima de 60 meses ou cinco anos como sendo de longo prazo.

Há também as aplicações que são concluídas em curtíssimo prazo, como é o caso do day trade, que se caracteriza por operações iniciadas e encerradas no mesmo dia, ou o swing trade, que pode durar apenas alguns dias ou semanas.

Portanto, o ideal é que você analise os dados e fundamentos da empresa, como os mencionados no início deste artigo, verifique se ela tem potencial para crescimento no longo prazo e, a partir daí, saiba decidir a hora certa de comprar e também a de vender.

Como escolher ações de acordo com seu objetivo?

Agora que você entendeu os principais conceitos sobre investir em ações no longo prazo, mostraremos como escolher esses papéis de acordo com seus objetivos. Acompanhe!

O perfil de investidor é algo que sempre deve ser considerado na hora de selecionar uma modalidade de investimento.

Os de perfil mais conservador e que não estão dispostos a exporem seus recursos a maiores riscos devem ter ainda mais cautela na escolha desse tipo de aplicação, ou mesmo optarem por outros tipos de investimentos.

Um exemplo dos tipos de aplicações que não só podem, como devem fazer parte das escolhas dos de perfil mais conservador, são os títulos de renda fixa. Por outro lado, moderados e arrojados podem, e devem, utilizar as ações para diversificar seus investimentos e comporem suas carteiras de investimentos de longo prazo.

Quanto à escolha dos ativos, a mesma dica vale para todos os perfis: é importante dar prioridade para a análise de empresas mais consolidadas no mercado e que tenham um histórico que indique maior propensão à recuperação em caso de dificuldades.

Aos de perfil arrojado, é valido, também, analisar a possibilidade de complementar sua carteira de ações com operações estruturadas no mercado de opções.

Cuidado com as dicas quentes

Tenha cuidado com indicações de pessoas que não são certificadas para dar esse tipo de orientação e outras dicas de investimento: isso é comum de se encontrar na internet e pode esconder um grande perigo para seu bolso.

Primeiro porque essa pessoa pode estar equivocada em sua análise. Em segundo lugar, o mercado muda com muita frequência e, dependendo de quem está passando aquela orientação, pode não haver uma preocupação em atualizar a informação e essa acabar ficando defasada.

Portanto, o ideal é que você aprenda a analisar o mercado e, ao mesmo tempo, conte com a ajuda de pessoas qualificadas para tal. Com relação à orientação profissional, ela pode ser a principal solução para quem não tem muito tempo para estudar sobre o mercado financeiro.

Contudo, esse profissional deve ser certificado pelos órgãos competentes. Corretoras e bancos de investimento, por exemplo, disponibilizam esses profissionais para atender os seus clientes.

Não se preocupe com poucos centavos

É comum que algumas pessoas entrem em pânico ao ver que os preços de suas ações tiveram pequenos movimentos negativos. Nesse caso, é fundamental ter consciência do estudo feito e manter a calma e a disciplina.

Lembre-se de que sua decisão de investir naquela empresa foi pensada para o longo prazo. Logo, variações de um dia de pregão não podem impactar a sua decisão de se manter ou não em uma aplicação.

Olhar apenas os preços de um ativo pode ser perigoso para quem investe no longo prazo e, portanto, não é aconselhado. Caso você perceba alguma oscilação mais brusca, refaça o seu estudo e veja se, realmente, a empresa iniciou uma tendência de queda ou se é apenas uma correção normal do mercado.

Por fim, sempre leve em consideração o seu planejamento e a gestão de riscos para evitar perder recursos com a desvalorização das ações ou, até mesmo, deixar de ganhar com a valorização de um ativo do qual você pensou em investir, mas deixou de lado a ideia por fazer uma análise incompleta ou mesmo nem chegar a fazê-la.

Tenha cuidado com ações que custam centavos

A variação de centavos que mencionamos anteriormente deve ser observada, especialmente, em ações muito baratas, como aquelas conhecidas como penny stocks, que não chegam a R$ 1. O ideal é que você tenha ainda mais cautela ao investir nelas e, de preferência, as evite, visto que esse cenário pode indicar que a empresa pode ter passado – ou estar passando – por um momento crítico e de grande instabilidade.

Escolha uma estratégia e foque nela

Não há nada mais perigoso que iniciar uma estratégia e mudar com frequência antes de saber se ela gerará resultados ou não. Quando você abandona uma estratégia, perde a oportunidade de aprender com ela, mesmo que esteja equivocada.

Como você pode perceber, investir em ações por um longo prazo pode ser uma excelente alternativa para fugir dos impactos que a volatilidade gera no mercado e, principalmente, aproveitar todas as vantagens que a evolução dessa empresa e, consequentemente, desses papéis pode proporcionar no futuro.

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