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Derivativos: o que são e como investir neles

derivativos

Como o nome sugere, derivativos utilizam outros ativos como referência, e são contratos que terão valores econômicos de acordo com a variação do valor, dentro de um determinado tempo.

É o que acontece com contratos futuros, por exemplo. Você negocia o contrato de um ativo baseado no preço atual, com vencimento em uma data futura, apostando na possibilidade de oscilação de valor, fato que gera rentabilidade em seu investimento.

No caso, você não compra ou vende o ativo em si, mas uma ideia do seu valor.

O mercado futuro de derivativos também pode ser uma opção para quem deseja se proteger contra a volatilidade do mercado.

O agronegócio, por exemplo, é um setor que se beneficia muito das estratégias de hedge, evitando prejuízos em suas safras, no caso de redução da demanda.

Boa leitura!

O que são?

Os derivativos são ativos cujos valores dependem de outros tipos de ativos, como as commodities , por exemplo. Neste caso, o valor dos contratos de boi gordo, um exemplo de commodity, deriva do valor do boi gordo negociado à vista.

Os derivativos são negociados na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. Na negociação, as duas partes se comprometem a comprar ou vender determinado papel, por um preço pré-definido, e em prazo também estabelecido.

Em resumo, derivativos são negociações com base nos preços de outros ativos. Por exemplo, ao negociar dólar futuro , você não está comprando ou vendendo a moeda em papel, mas o valor da moeda.

Ou seja: neste caso, seu contrato futuro de dólar deriva do valor da moeda à vista, aquela negociada em casas de câmbio.

Derivativos de ações

Uma operação conhecida em derivativos é o mercado de opções . Nele, o investidor compra o direito – mas não a obrigação – de comprar ou vender determinado ativo. Assim, o investidor pode, por exemplo, comprar a opção de uma ação da Vale em uma data futura.

Nesta data, se o valor da ação no mercado à vista for maior que o valor da opção comprada, o investidor escolherá se deseja concluir a compra da ação. Caso contrário, ele não exercerá a opção.

Swap derivativos

As operações de swap são negociações entre duas empresas que desejam ter seus índices de rentabilidade alterados.

Por exemplo, uma empresa que recebe suas vendas em dólar, mas possui sua dívida reajustada pela inflação, pode querer trocar o indexador de reajuste para a cotação do dólar.

Já outra empresa, que só vende no mercado nacional e tem o reajuste de seus contratos baseado na cotação do dólar, pode querer mudar para um indicador interno, como a inflação.

Assim, a primeira e a segunda empresa fazem uma operação de swap, trocando seus indicadores de reajuste através de um contrato, que deverá ser liquidado ao final do período, assim como acontece no mercado a termo.

Como aplicar o hedge nessas operações?

Hedge é uma estratégia utilizada por alguns mercados, como o agronegócio, para se proteger contra a volatilidade dos preços.

Porém, pode ser utilizada por qualquer investidor, de acordo seus objetivos. Por exemplo, se você deseja viajar ao exterior daqui um tempo, mas não quer arriscar comprar moeda estrangeira numa possível alta do dólar, você pode utilizar o hedge.

Nesse contexto, você acompanha as cotações e faz um contrato futuro de mini dólar, assumindo uma posição de acordo com sua análise: se entender que a cotação tende a subir, sua posição será comprado; se achar que for cair, sua posição será vendido.

Vamos assumir a posição comprado, para fins de exemplo. Assim, você compra um contrato de mini dólar a um valor da cotação atual e, no futuro, quando liquidar sua posição, se a cotação subir, você terá comprado por um valor menor, e irá lucrar com a diferença.

Essa operação vai garantir o valor suficiente para você cobrir a cotação elevada, na hora de comprar o papel em moeda. Afinal, no mercado futuro, você estará negociando o derivativo do dólar, não a moeda em si, lembra?

Agora, vamos exemplificar como funciona o hedge no agronegócio no exemplo abaixo.

Pedro é agricultor de milho e prevê colher 1.000 sacas. Pedro verifica o valor da saca no dia de hoje e vê que está R$ 50,00, o que cobriria todo seu custo e ainda sobraria um bom lucro.

Como ainda não é hora da colheita, e com medo de que o valor caia até a hora de vender efetivamente suas sacas, Pedro resolve fazer um contrato futuro de venda de suas 1.000 sacas a R$ 50,00 cada.

Quando Pedro estiver com suas sacas prontas para vender no mercado físico, três situações podem acontecer:

  • o valor se mantém: apesar de raro, o preço das sacas pode se manter em R$ 50. Neste caso, Pedro não ganha, nem perde nada;
  • o valor cai para R$ 40: no mercado físico, Pedro vai vender suas sacas por R$ 40 cada. Mas, ao vender seu contrato no mercado futuro, através do instrumento de derivativos, Pedro lucrará R$ 10 por saca, já que estará vendendo ao preço de R$ 50. Essa diferença ajudará Pedro a compensar o prejuízo das vendas do produto físico;
  • o valor sobe para R$ 60: Pedro vendeu suas sacas por R$ 60 cada, o que garantiu um faturamento acima do previsto. Mas, no mercado futuro, Pedro teve R$ 10 de prejuízo por saca. O prejuízo, porém, foi compensado.

Perceba que, independentemente do caso, Pedro está garantindo a venda ao preço de R$ 50. Não importa o que aconteça com o preço do mercado à vista: Pedro conquista um faturamento suficiente para cobrir sua produção e garantir um lucro adequado para ele.

Note também que o hedge não oferece um aumento de capital, ou seja, não é uma operação de investimento com foco no crescimento da sua renda.

A estratégia visa proteger seu capital contra oscilações de mercado, de modo que o produtor ou a pessoa física não se prejudique com a volatilidade dos preços ou cotações.

Os 4 principais tipos

Agora que você já entendeu o que são derivativos, vamos abordar os quatro principais tipos de derivativos, todos disponíveis para negociações através da bolsa de valores.

São eles:

Para melhor entendimento, vamos pontuar uma breve explicação para cada tipo, com alguns exemplos. Confira a seguir!

Mercado a termo

As operações a termo são as mais simples operações de derivativos que você encontrará na bolsa. Nelas, comprador e vendedor assumem um compromisso com data de vencimento, quando deverão cumprir com suas obrigações.

Ou seja: nem comprador nem vendedor podem repassar seus contratos, liquidando-os, em data anterior ao vencimento assumido.

Por exemplo: você compra a termo uma ação da Petrobrás, no valor de R$ 100, por um período de 30 dias. Isso quer dizer que, em 30 dias, o vendedor deverá vender a ação pelo valor de R$ 100, e o comprador deverá executar sua compra.

Mercado futuro

Já no mercado futuro , os ajustes são realizados diariamente, atualizando sua posição e permitindo que o contrato seja vendido antes do prazo – fazendo deste um modelo de maior liquidez.

Além disso, se uma das contrapartes não cumprir com sua obrigação, a bolsa de valores assume o risco. Dessa forma, negociar estes derivativos traz maior segurança ao investidor.

Mercado de opções

O mercado de opções, como já falamos anteriormente, é uma forma do investidor comprar a opção de uma ação, não a obrigação.

Ele ganha uma “prioridade” na compra da ação, em data futura, podendo escolher se vai seguir com a compra ou não. O fator decisivo será o preço acordado na opção versus o preço no mercado à vista.

Se o mercado à vista estiver com o valor da ação abaixo do valor negociado no contrato de opções, o investidor não exercerá seu direito de compra, pois valerá mais a pena para ele comprar no mercado à vista, no lugar do de opções, certo?

Swaps

As swaps também já foram exemplificadas anteriormente. Como o nome sugere, duas empresas fazem uma troca de indicadores financeiros, mercadorias ou qualquer outro bem.

Assim, a swap nada mais é que um acordo entre duas partes, com liquidação em prazo determinado, assim como as operações a termo.

Livros sobre Derivativos

Se você deseja aprender mais sobre derivativos, vamos listar abaixo cinco livros que você não pode deixar de ler.

São excelentes fontes de informações para aprimorar seus conhecimentos e entrar no mercado de derivativos com mais segurança. Afinal, por oferecerem investimentos de risco, quanto mais entender seu funcionamento e peculiaridades, menores as chances de acabar no prejuízo.

Se você não está preparado para começar a investir em ativos de renda variável, ou que exijam um bom conhecimento de economia (como é o caso dos derivativos), recomendamos que você leia os nossos artigos sobre investimentos de renda fixa.

Introdução aos Derivativos, de Antonio C. Figueiredo

O livro de Antonio C. Figueiredo utiliza uma linguagem bastante objetiva, para ensinar como empresas, investidores e instituições financeiras podem utilizar derivativos em suas operações.

Além disso, também traz as principais estratégias de derivativos financeiros utilizadas no Brasil.

Investindo em opções: como aumentar seu capital operando com segurança, de Mauricio Bastter Hissa

Em seu livro, Mauricio Bastter Hissa ensina como aumentar o capital de modo seguro, através do investimento em ações, utilizando o mercado de opções como forma de controlar o risco.

Fundamentos dos mercados futuros e de opções, de John Hull

O livro de John Hull é voltado para estudantes e profissionais do mercado de derivativos financeiros, pois oferecendo uma visão técnica, com discussão de conceitos como taxa de juros, smile de volatilidade e value at risk, entre outros.

Mercados derivativos e análise de risco, de André Martins

Este livro é dividido em dois volumes, ambos voltados para profissionais que desejam entender a importância do uso de derivativos na gestão de riscos. A obra é de André Martins.

Gestão Agroindustrial – Volume 1, de Mário Otávio Batalha

Mário Otávio Batalha traz em uma obra de 800 páginas, dividida em dois volumes, os principais assuntos presentes na produção agroindustrial, incluindo questões de distribuição e o uso de hedge para proteção dos preços.

Conclusão

Derivativos são contratos entre duas partes, cujos valores dependem dos preços de ativos ou do prazo de duração do contrato.

Os mais comuns, como vimos, são o mercado a termo, mercado futuro, mercado de opções e as swaps.

Eles são utilizados para execução da estratégia de hedge, protegendo o investidor contra as oscilações de preços do mercado, especialmente aqueles de grande volatilidade, como as commodities e as moedas.

Também podem ser uma ótima forma de rentabilizar seus investimentos, já que permitem alavancagem, possibilitando negociar valores muito superiores ao seu capital.

É importante lembrar, porém, que são operações de alto risco e que, por isso, exigem um certo conhecimento de mercado. Trabalhar com derivativos também demanda acompanhamento constante de assuntos relacionados à economia e política.

Dessa forma, você terá mais propriedade para analisar os indicadores e especular possíveis movimentações, investindo com mais segurança.

Quer saber mais sobre investimentos de renda variável e derivativos? Confira os artigos que separamos para você:

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