Blog do modalmais

IPCA: que índice é esse e como ele afeta a sua vida?

O IPCA é um índice de medição da variação dos preços, ou seja, ele mede se há inflação ou deflação no Brasil.

Como sabemos, o país já conviveu com a hiperinflação no início da década de 90. Esse período foi marcado pela oscilação diária nos valores dos produtos.

O pico do índice chegou a registrar 2.477,15%, ao ano, em 1993. O cenário só mudou a partir do plano real em 1994.

Assim, o IPCA ficou sob controle e a população pode retomar os seus planos futuros tranquilamente.

Porém, entre 2010 e 2014, o fantasma da inflação de dois dígitos retornou e muitos viram o poder de compra ser reduzido.

Embora investimentos de renda fixa, como Tesouro Direto, CDB e LCI, tenham tido altos rendimentos, boa parte deles foi levado pelo IPCA.

Com a equipe econômica de Michel Temer, a inflação foi novamente controlada. Saímos de 10,67% em 2016 para 4,31% em 2019.

Perceba que pode ser uma boa alternativa manter o seu poder de compra. Afinal, não há como prever o comportamento dos preços no futuro.

Diante disso, preparamos um guia completo sobre o IPCA. Conheça de que forma ele afeta o seu bolso e como investir nele de forma segura a partir de hoje.

Boa leitura!

O que é IPCA?

Ele é o índice oficial de medição da inflação no Brasil. O IPCA foi criado em 1979 com objetivo de refletir a variação dos preços de produtos e serviços utilizado pelas famílias brasileiras.

A partir de 2000, ele passou a ser utilizado pelo Banco Central (Bacen) na tomada de decisão.

Basicamente, o controle do IPCA é feito por meio da taxa Selic. Se há sinais de aceleração na inflação, então o Bacen aumenta a taxa básica de juros.

Dessa forma, diminui-se a quantidade de dinheiro no mercado. A tendência é de que a demanda por produtos e serviços diminua, o que leva à redução dos preços.

Assim, ocorre deflação deles e o IPCA pode diminuir novamente.

O que significa a sigla de IPCA?

Ela consiste em Índice de Preços ao Consumidor Amplo.

Trata-se de uma cesta de produtos e serviços comumente utilizados pelas famílias de renda entre 1 a 40 salários mínimos que residem em regiões urbanas cobertas pelo SNIPC.

Essa é a sigla do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.

Portanto, são os preços registrados em Fortaleza, Curitiba, Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Porto Alegre, Goiânia e Distrito Federal.

Como funciona o cálculo do IPCA?

O IPCA é calculado sobre uma cesta que contém em torno de 465 produtos e serviços. Ele considera apenas os preços de compras à vista nas regiões de cobertura.

Além disso, esse portfólio é composto conforme a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF). Dessa forma, sua composição é:

SetorParticipação (%)
Alimentação e bebidas24,77
Transportes18,29
Habitação15,82
Saúde e cuidados pessoais12,27
Despesas pessoais10,81
Vestuário5,65
Educação5,01
Artigos residenciais3,91
Comunicação3,42

Cesta de produtos do IPCA – Fonte: IBGE

Assim, o IBGE faz a coleta dos preços dos produtos e serviços dessa cesta entre os dias 1 até 30 de cada mês.

A pesquisa pode ser feita em estabelecimentos comerciais, residências, concessionárias de serviços e afins.

Feito isso, o IBGE faz o cálculo do IPCA de acordo com os pesos de cada uma das áreas de consumo. No início do mês subsequente, ele divulga os resultados.

Então, se os preços aumentaram, ocorreu inflação no período. Do contrário, dizemos que houve deflação.

O que é IPCA-15?

o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 – IPCA-15 difere do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, apenas no período de coleta que abrange, em geral, do dia 16 do mês anterior ao 15 do mês de referência e na abrangência geográfica.

Atualmente a população-objetivo do IPCA-15 abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte. residentes em 11 áreas urbanas das regiões de abrangência do SNIPC, as quais são: regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e do município de Goiânia.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial– IPCA-E foi criado em dezembro de 1991 e, a partir de janeiro de 1995, passou a ser divulgado trimestralmente. Desse modo, o IPCA-E é o acumulado trimestral do IPCA-15.

O que faz o IPCA subir?

O preço de qualquer produto ou serviço é determinado pela lei da Oferta e Demanda. Então, quando há maior procura do que oferta, ele sobe.

Como o IPCA é uma média ponderada, se alguma das áreas registra maior variação de valores, é provável que ele suba.

Um exemplo disso ocorreu no final de 2019. No mês de dezembro, o IPCA subiu 1,15% e fechou o ano em 4,31%.

Isso se deu, principalmente pela disparada de 18,06% no preço da carne. Como vimos, o setor de alimentação e bebidas corresponde à 24,77% do índice.

Portanto, com essa subida abrupta, o IPCA foi bastante afetado.

Enquanto isso, em janeiro de 2020 houve queda no preço da carne em 4,03%. Assim, o índice registrou 0,21%, o menor valor para o mês desde o Plano Real.

Portanto, note que o IPCA sobe mais quando há variação de valores em setores de maior peso, como alimentação, transporte e habitação.

Índice IPCA – histórico

Conhecer o histórico do IPCA é importante para o seu bolso. Isso porque ele determina quando o seu dinheiro pode comprar.

Geralmente, quando há inflação, você precisará de mais dinheiro para realizar a mesma compra.

Além disso, o histórico do IPCA pode afetar os seus investimentos. Ainda neste artigo, vamos como isso funciona na prática.

Desde 2016, a inflação brasileira está sob controle. A mudança na política econômica do governo Temer é uma das principais responsáveis.

O governo de Dilma Rousseff possuía matriz econômica baseada no controle de preços e intervencionismo.

Mesmo assim, o IPCA disparou em 2015, principalmente pelo represamento de valores dos anos anteriores.

A equipe econômica de Michel Temer mudou esse quadro e a inflação voltou para a meta. Isso permitiu que a taxa Selic caísse de 14,25% para 6,50% em 2018.

Perceba que, com o IPCA sob controle, o seu dinheiro tende a perder menos poder de compra ao longo do tempo.

Assim, você pode ter maior previsibilidade para fazer planos, principalmente no longo prazo, para por exemplo, comprar um imóvel, se aposentar ou montar o próprio negócio.

Com o IPCA alto, esses objetivos tende a levar mais tempo para serem concluídos. Bem como será necessário mais dinheiro do que o projetado.

Então, conheça agora o histórico do IPCA nos últimos anos:

Fonte: IBGE

Perceba que o IPCA em 2021 sofreu grandes variações, principalmente em Outubro

O IPCA acelerou para 1,25% em outubro, o maior índice para o mês desde 2002, quando o IPCA foi de 1,31%..

No mês de Outubro, a Gasolina foi a vilã da inflação no mês com uma alta de 3,10%, e salto em 12 meses chega a 42,72%.

Enquanto que, entre novembro e dezembro, ocorreu o efeito oposto. A carne subiu 32,40%, o que impactou em 0,86% no IPCA.

Inflação acumulada

O IPCA do ano é a soma dos seus valores mensais, ou seja, é o acumulado do período. Ele demonstra a média de variação dos preços ao consumidor final.

Veja como se comportou a inflação nos últimos dez anos:

AnoIPCA acumulado (%)
20125,84
20135,91
2014 6,41
201510,67
2016 6,29
20172,95
20183,75
20194,31
20204,52
202110,06
20228,73 (até agosto de 2022)

IPCA acumulado nos últimos 10 anos – Fonte: IBGE

A meta do IPCA de 2021 era de 5,25% ao ano.

Ou seja ficou quase o dobro do teto da meta, o IPCA acumulado ficou em 10,06% no ano.

Como a inflação afeta os investimentos

O ganho real representa a diferença entre a taxa de rentabilidade de um investimento e o IPCA acumulado no período.

Então, quando a inflação está alta, boa parte dos seus ganhos podem ser perdidos. Um exemplo disso ocorreu em 2015.

O CDI estava em 13,24% ao ano. Então, um investimento com rentabilidade de 100% dele, ao descontar o IPCA de 10,67%, teve ganho real de apenas 2,57% no ano.

Além disso, o comportamento do IPCA costuma influenciar na escolha de ativos. Basicamente, a sua subida pode gerar aumento na taxa Selic.

Então, os investidores tendem a ficar mais cautelosos e migrarem para a renda fixa.

Já a queda do IPCA costuma ser bem vista no mercado. Ela pode incentivar a tomada de risco maior para fazer o dinheiro render.

Assim, ativos, como ações, Fundos Imobiliários e opções podem ser boas alternativas com a inflação baixa.

Sem contar que ela torna o crédito mais barato. Então, muitas empresas brasileiras preferem fazer empréstimos no Brasil do que no exterior.

Com isso, elas tendem a fazer investimentos, como, por exemplo, a compra de maquinário e desenvolvimento de novos produtos.

Então, o IPCA baixo pode ser entendido como um incentivo para o desenvolvimento da economia brasileira.

O que é investimento IPCA?

Ele é o Tesouro IPCA+. Trata-se de um título público que possui taxa de rentabilidade híbrida.

O título possui uma parte fixa mais a variação do índice no período, por exemplo, 3,0% + IPCA.

Basicamente, o investimento é recomendado para proteção contra a inflação, principalmente em objetivos de longo prazo, como a aposentadoria.

O Tesouro IPCA+ foi uma das grandes estrelas entre 2016 até 2019. Ele trouxe rentabilidade expressiva aos seus investidores.

Isso se deu por meio da queda da inflação, pois ela causa aumento no valor do título. Então, o resgate antecipado pode ter sido uma boa alternativa.

Com a estabilização do IPCA, o investimento registrou poucas oscilações. Assim, a marcação a mercado tende a trazer ganhos menores.

Note que o Tesouro IPCA+, no curto prazo, pode registrar rendimentos negativos.

Mas não se preocupe: ao mantê-lo na carteira até o vencimento, ele renderá exatamente conforme estabelecido no momento da compra.

Investimentos atrelados ao IPCA

Além do Tesouro IPCA+, no mercado, você pode encontrar outros investimentos para manter o seu poder de compra no futuro.

Os títulos de renda fixa privada, por exemplo, CDB, LCI, LCA e LCI, costumam ter taxa de rentabilidade híbrida.

No cenário de juros baixos, eles podem oferecer rendimentos atrativos, principalmente os emitidos por instituições de pequeno e médio porte.

Tenha em mente que, quanto maior a taxa de rentabilidade, mais risco. Então, vale analisar o rating do emissor antes de investir.

Por outro lado, os investimentos citados contam com a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) para valores de até R$ 250 mil. Caso o emissor quebre, você não perde o capital investido.

Conclusão

A influência do IPCA vai muito além do reajuste de preços de itens que consumimos diariamente.

Ela está presente também no valor do seu dinheiro e no ganho real dos seus investimentos.

Por isso, o ideal é possuir parte do seu patrimônio em ativos atrelados ao IPCA. Assim, você pode se proteger e, até mesmo, ganhar com ele.

O primeiro passo para fazer o seu dinheiro render com o IPCA é abrir a sua conta no modalmais agora mesmo.

Aqui, você encontrará os melhores ativos atrelados à este índice e com rentabilidade acima da poupança. Tudo isso sem abrir mão da sua segurança.

Obrigado por ler até aqui!

close

Seja notificado quando sair novos conteúdos.