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Mercado de opções: o que é e como funciona

Mercado de opções

O mercado de opções é o ambiente no qual negociam-se direitos de comprar ou vender um ativo objeto por um determinado preço, que podem ser exercidos até uma data futura pré-estabelecida.

Geralmente, esses direitos têm baixo custo de aquisição, e são negociados como meio de se fazer um hedge, ou mesmo potencializar lucros.

É importante deixar claro que, como todo ativo negociado em Bolsa de Valores, há riscos envolvidos, que devem ser considerados em cada operação. Então, antes de começar a operar nesse mercado, é essencial conhecer como ele funciona.

Boa leitura!

O que é o mercado de opções?

Esse investimento costuma ser recomendado para investidores de perfil arrojado

O mercado de opções é o ambiente onde se negociam opções de ações, ou até mesmo de commodities. Elas são um tipo de derivativo, uma vez que o preço – e a finalidade – pelo qual são negociadas, derivam do ativo-objeto, que no caso a ser considerado nesse artigo, são as ações.

Além disso, as opções são contratos que concedem direitos aos seus titulares, e obrigações aos seus lançadores, sobre o ativo-objeto, até uma determinada data, uma vez que o vencimento delas ocorre mensalmente, na terceira segunda-feira de cada mês, ou no dia útil seguinte.

Basicamente, todas as ações podem ter opções de compra (call) ou de venda (put).
É importante saber também que, no momento da compra no mercado de opções, você paga um prêmio (o preço pelo qual está sendo negociada a opção naquele momento). Quando você a vende, você recebe o pagamento de um prêmio.

Já o strike, é o preço de exercício, ou seja, pelo qual a ação será comprada ou vendida – dependendo do tipo de opção (call ou put), e do direito que ela concede –, ou seja, se você compra uma call, por exemplo, com strike a R$ 30, você garante o direito de comprar a ação por esse preço, mesmo que no mercado à vista ela esteja sendo negociada por um preço superior.

Em que consistem as operações?

Opções são derivativos das ações, ou seja, seu preço depende do comportamento dessas ações (seu ativo-objeto)

O mercado de opções foi criado, basicamente, para propiciar operações de hedge (proteção).

Vamos supor que você tenha uma ação que custa R$ 20 hoje, e suas expectativas são de que haja uma queda no preço dela, hoje mesmo ou nos próximos dias. Pensando nisso, você comprou uma opção de venda (put), com strike a R$ 21, por exemplo.

Mesmo que o mercado sofra quedas, você possui o direito de vender a ação pelo preço de exercício pactuado pelo strike da opção, até a data de vencimento dela.
Essa ideia também costuma ser aplicada quando você deseja comprar um ativo no futuro, para se proteger de oscilações do mercado.

Geralmente, para montar esse tipo de estrutura de hedge, são necessárias pequenas quantidades de dinheiro, já que as opções custam pouco, se comparadas às ações.

Há muitas outras estratégias que podem ser adotadas com opções: venda coberta, travas, entre outras. Além de servirem para operações de hedge, elas também podem ser utilizadas como meio de alavancagem financeira.

Por exemplo, imagine que você comprou 100 ações de ABCD4 a R$ 25, e as vendeu a R$ 27. Com essa operação, você teria obtido um lucro de 200 reais. Porém, imagine que, em vez de comprar as 100 ações no mercado à vista, você comprou 1.000 opções de ABCD4 a R$ 1, com strike a R$ 25. Se as ações se valorizarem, e você exercer suas opções de compra a R$ 25, e as vender a mercado (supondo que a ação se valorizou a R$ 27, como no exemplo anterior), você teria lucrado 1 mil reiais, uma vez que você obteve 2 mil reais de lucro bruto, mas pagou R$ 1 mil pelo prêmio das opções.

Tudo isso seria possível porque você conseguiu alavancar seus ganhos, pois mesmo sem ter os R$ 25.000 em mãos para a compra das 1.000 ações, você teria adquirido o direito de comprá-las a esse preço, e com elas em mãos, vendê-las, obtendo o lucro na operação.

Note, porém, que, ao comprar, ou seja, se tornar titular de uma call, nenhuma obrigação teria sido gerada. Assim, se no exemplo anterior o mercado tivesse ido contra a sua estratégia, levando as ações, por exemplo, a R$ 24, você não precisaria exercer a compra delas. Se isso acontecesse, você sairia no prejuízo, pois teria pago pelo prêmio na aquisição das opções, mas ao mesmo tempo o teria limitado, ou seja, sua perda máxima, nessa operação, teria sido o pagamento do prêmio.

É claro que esse foi apenas um exemplo, e os custos operacionais não foram considerados. Mas ele é útil para que você tenha em mente que, apesar de serem muito utilizadas para proteção de carteira, as opções também são utilizadas como meios de obtenção de lucros. Assim, dentre as diversas operações possíveis com esses ativos, é necessário levar em consideração diversos fatores, um deles – o principal – os riscos envolvidos.

Por isso, é recomendado que as operações no mercado de opções sejam realizadas somente se você tem bastante experiência no mercado de renda variável e possui um perfil de investidor arrojado.

O que é uma call (com exemplo)

Essas opções ganham evidência no Bull Market (alta do mercado)

Quando você compra uma call, sendo assim o titular, você adquire um direito de comprar o ativo-objeto. Porém, ao vender uma call sem tê-la em carteira, se tornando assim o lançador, você assume a obrigação de entregar o ativo-objeto, caso você seja exercido.

Explicando um pouco mais a respeito do lançador: no momento que você vende uma opção, há um comprador que a adquiriu de você. Se esse comprador (titular) decide exercer o direito dele, ou seja, de comprar a ação, você, sendo o lançador, assumiu a obrigação de entregar o ativo para essa pessoa.

Assim, se você fez, por exemplo, um lançamento coberto de uma call, significa que você assumiu a obrigação de entregar um papel que você tem em sua carteira – ou seja, você utilizou suas ações como garantia dessa operação –, a um determinado valor (o preço de exercício definido pelo strike).

Já se você é o titular de uma call, como mencionado, não há obrigações. No geral, a compra de uma call é realizada quando há expectativas de que ocorra uma alta no preço das ações, para que você garanta o direito de comprá-las por determinado preço, até a data de vencimento.

Para fixar melhor a ideia, vamos a um exemplo. Digamos que você adquire opções de ABCD3, a um preço de exercício de R$ 20, já que você acredita que elas irão se valorizar daqui alguns dias. Então, como você esperava, as ações em poucos dias subiram de patamar, passando a ser cotadas a R$ 25. Se você exercer seu direito de compra, não irá pagar o preço que está cotado no mercado à vista, e sim, o preço de strike da sua opção: R$ 20.

Se preferir, ainda, poderá manter suas ações em carteira, ou vendê-las normalmente pelo preço cotado no momento.

O que é uma put (com exemplo)

Esse tipo de ativo é o preferido em épocas de Bear Market (mercado em baixa)

A put funciona de forma inversa à call, ou seja, ela fornece ao titular, o direito de vender uma ação no preço estabelecido pelo strike, até a data de vencimento. Porém, ao vender uma put sem tê-la em carteira, se tornando assim o lançador, você assume a obrigação de comprar o ativo-objeto, caso você seja exercido pelo titular da opção.

Agora vamos considerar o exemplo de uma compra de put de ABCD4, em um cenário de expectativa de queda no preço das ações, que até então, estão sendo cotadas a R$ 15. Para se proteger contra essa possível desvalorização, e garantir que poderá vendê-la a esse preço dentro de alguns dias, você compra uma opção de put com strike a R$ 15.

Caso suas expectativas estejam certas, e o preço das ações realmente se desvalorize, você poderá exercer seu direito de vender, e receber por suas ações o preço de strike (nesse exemplo, R$ 15), e não o preço que está sendo cotado no mercado à vista.

Então, a put pode ser o instrumento ideal do mercado de opções, diante da perspectiva de baixa no preço das ações.

Como funciona a compra e venda

O mercardo de opções funciona de forma semelhante ao das ações. As negociações de compra e venda podem ser realizadas diretamente no Home Broker, ou em outra plataforma de sua preferência, mas, diferentemente das ações, a liquidação dessas operações ocorre no dia útil seguinte, ou seja, em D+1.

Importante ficar atento a algumas particularidades referentes ao exercício, que é quando você compra ou vende o ativo-objeto:

  •  É necessário entrar em contato com a mesa de operações, pelo chat na área logada – digitando “exercer opção” –, ou pelo telefone – se estiver em capitais e regiões metropolitanas, ligue para 4000-1085, e se estiver em demais localidades ligue para 0800-031-6247 – selecionando a opção 0;
  •  No dia do vencimento, o exercício pode ser realizado das 10 às 13 horas, e em dias anteriores ao vencimento, das 10 às 16 horas.
    Além disso, antes de iniciar qualquer estratégia, é importante conhecer mais alguns pontos, como os que apresentaremos a seguir.

Quem é o lançador?

É ele é quem vende o contrato (call ou put) no mercado de opções para os titulares, e diferentemente desses, ele se expõe à obrigação de vender ou comprar o ativo, caso o titular exerça seu direito. Assim, o lançador recebe o prêmio que o titular (comprador) desembolsou para adquirir o direito.

Portanto, se uma opção de compra for exercida, o lançador é obrigado a vender a ação (ativo-objeto) para o comprador. Diante de uma opção de venda, ele tem a obrigação de comprar o papel do contrato, do titular.

Mas então, qual a vantagem de ser um lançador? Perceba que para o lançador, tanto em uma call ou put, é possível lucrar ao receber o prêmio, principalmente se o comprador não exercer o direito. Ao lançar uma opção, o investidor espera que ela não seja exercida pelo comprador. Porém, caso queira, também poderá recomprar as opções antes do vencimento, e assim, encerrar a operação.

O que é vencimento?

Essa data é muito importante no mercado de renda variável, pois costuma movimentar grandes montantes

Antes de falar sobre o vencimento, precisamos entender quais os tipos de opções disponíveis no mercado, que são as americanas e as europeias.

As opções americanas podem ser exercidas a qualquer momento, até uma hora antes do encerramento do pregão, nos dias anteriores ao vencimento da opção. Já as europeias, podem ser exercidas apenas na data de vencimento.

O vencimento de opções ocorre mensalmente, na terceira segunda-feira de cada mês, ou no dia útil seguinte. Essa data representa o último dia para que os direitos concedidos pelas opções daquela série (letra de vencimento) sejam exercidos, sendo que essas mesmas não podem ser negociadas, ou seja, compradas ou vendidas.

O último de negociação das opções é na sexta-feira (ou dia útil) que antecede o vencimento.
Então, caso você não exerça as opções que estão vencendo, até o horário limite – que nesse dia é às 13 horas –, elas deixam de existir, ou no jargão de mercado, “viram pó”.

O que é Strike?

O strike é o preço de exercício de uma opção, ou seja, o valor pelo qual a ação poderá ser comprada ou vendida, de acordo com a opção (call ou put). Apesar de não ser uma regra e não ocorrer para todas, em algumas opções ele fica evidente no ticker, como mostraremos no exemplo adiante.

Vamos utilizar como exemplo, a call BBASF50. Os números que aparecem na sigla, nesse caso, determinam o strike, ou seja, R$ 50. Mas como mencionamos, por não se tratar de uma regra, e possivelmente esse valor variar, o ideal é que você sempre verifique o strike antes de negociar a opção.

As letras BBAS representam o ativo-objeto – nesse caso, as ações do Banco do Brasil. A letra F significa o mês de vencimento da call, que é em junho.

O preço do strike é importante, especialmente, por determinar se a opção está dentro (in the money [ITM]), fora (out of the money [OTM]), ou no dinheiro (at the money [ATM]), o que basicamente indica se vale a pena ou não, exercer a compra ou a venda do ativo-objeto.

As opções que estão “dentro do dinheiro”, são aquelas que estão valendo a pena ser exercidas, como por exemplo, uma call com strike a R$ 30,70, onde no vencimento seu ativo objeto está valendo R$ 35. Ao exercer, você estará pagando mais barato na ação, que está sendo negociada com um valor maior.

Já as opções “fora do dinheiro” são aquelas que não estão valendo a pena ser exercidas, ou seja, no caso de uma call, o preço de strike está acima que o preço do ativo.

Como funcionam os códigos

Os códigos das opções (ou ticker) são compostos por: código da ação (sem o número que indica se é ON ou PN) + letra do vencimento + valor do strike (ou semelhante).
Veja a tabela de vencimentos abaixo.

Opções de compraOpções de venda
(CALL)(PUT)
    
AJaneiroMJaneiro
BFevereiroNFevereiro
CMarçoOMarço
DAbrilPAbril
EMaioQMaio
FJunhoRJunho
GJulhoSJulho
HAgostoTAgosto
ISetembroUSetembro
JOutubroVOutubro
KNovembroXNovembro
LDezembroZDezembro

Acompanhe os exemplos abaixo:

VALET585: essa é uma opção de venda (put) de VALE3, com vencimento em agosto, e valor de strike a R$ 57,30. Com esse exemplo podemos ver que a numeração inserida no código da opção, não influenciou o valor de strike, ou seja, o preço de exercício.

VVARH10: esse código representa uma opção de compra (call), de VVAR3, com vencimento em agosto, e valor de strike a R$ 10. Já nesse exemplo, vimos que a numeração inserida no código da opção, era exatamente igual ao preço de exercício.

Diferença entre mercado a termo e mercado de opções

Basicamente, o mercado a termo consiste no acordo entre duas partes, firmando por meio de um contrato a negociação de um ativo, que pode ser uma commodity, um título, moeda, ou ações.

Nesse contrato é firmado que a entrega do ativo ocorrerá em uma data futura, no vencimento – que segundo regras da B3, pode variar entre 16 e 999 dias –, a um preço pré-estabelecido no momento que o contrato é emitido.

Diferentemente do mercado de opções, os contratos a termo não negociam direitos, e sim o próprio ativo. Apesar de ter uma estrutura parecida, já que estabelece que o ativo será negociado pelo preço firmado no contrato, por esse contrato não há o pagamento de um prêmio.

Entretanto, o comprador, como forma de “compensação” ao vendedor, por esse ter acordado entregar o ativo ao preço firmado, irá pagar um percentual de juros pré-determinado.

O que é o mercado de opções binárias?

Esse tipo de negociação costuma não é regulamentada no Brasil, e nem recomendada pela CVM.

O mercado de opções binárias ainda é pouco conhecido pelos brasileiros. Basicamente, são operações de curtíssimo prazo, que costumam variar entre 15 segundos e 30 minutos, onde o principal objetivo é acertar se a cotação de determinado ativo irá subir ou cair. Se há acerto nessa aposta, há ganho, se não, perde-se tudo.

É importante ressaltar que as operações, apesar de apresentarem alto potencial de retorno, têm risco igualmente – ou até mais – alto. Isso porque, as operações só podem ser realizadas em corretores registradas em outros países, já que esse tipo de negociação não passa pelo controle de nenhum dos órgãos regulamentadores brasileiros.

Apesar de muitas operações em Bolsa de Valores apresentarem alto potencial de retorno, mas com riscos elevados, há toda uma estrutura de regulamentação por parte da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), e a atuação da própria B3 operando como contraparte central garantidora na grande maioria das operações realizadas em seus mercados.

Isso traz mais segurança às operações regulamentadas e realizadas em ambientes da B3.

Conclusão

O mercado de opções pode ser o que faltava para você proteger sua carteira, sempre levando em consideração o seu perfil de investidor, e os riscos envolvidos com cada operação.
Além disso, as operações podem ser realizadas em qualquer plataforma de negociações, ou no próprio Home Broker.

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