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Ouro: como funciona e como investir

Ao ler ou assistir a algo que reconte a história da humanidade, em qualquer período, é comum nos depararmos com relatos que indiquem o ouro como padrão, ou como uma moeda de troca muita valorizada. Atualmente, esse metal precioso também tem muitos fins, sendo um deles a utilização como reserva de valor.

Dessa forma, como um ativo financeiro, ele é muito utilizado por investidores para diversos objetivos, mas principalmente como um meio de proteção de carteira.

Afinal, estamos tratando de uma commodity amplamente aceita a nível mundial, o que a transforma em uma alternativa de investimento e diversificação de carteira.

Por isso, para que você entenda as principais características e como funciona a negociação desse ativo em Bolsa de Valores, resolvemos preparar esse artigo.

Acompanhe-nos nesta leitura!

O que é o contrato de ouro?

O ouro é um dos metais mais preciosos do mundo. Ele tem o seu valor empregado como padrão para muitas moedas, e, atualmente, a sua utilização é ainda mais ampla, abrangendo uma grande demanda por parte da indústria de fabricação de joias e, até mesmo, outros segmentos, como o eletrônico, que utiliza o material como condutor de eletricidade, sendo um dos mais indicados para essa finalidade.

Além disso, muitas instituições, e até mesmo pessoas físicas, utilizam o ouro como uma forma de proteger o seu capital, principalmente para executar um procedimento conhecido como hedge, que visa à proteção de uma carteira de investimentos contra possíveis oscilações bruscas do mercado, servindo como uma forma de compensação quanto a perdas financeiras advindas de outras aplicações.

A procura pelo ouro intensifica-se ainda mais em períodos de crise econômica, especialmente pelo fato de esse metal estar relacionado com a aversão sobre a tomada de risco. Para facilitar as transações com esse metal, foi desenvolvido o contrato de ouro, negociado no mercado de BM&F.

É importante entender o processo que envolve a transição do ouro enquanto metal, para ativo financeiro. O processo é basicamente o seguinte: o ouro é refinado, transformado em barras, lacrado, e garantido com um código e certificado, em uma fundidora credenciada pela B3. Em seguida, as barras são entregues a uma instituição depositária – também credenciada pela B3 –, que as custodiará.

Como funciona a negociação em Bolsa de Valores?

O objeto dessas negociações é o produto fino que é disposto sob a forma de lingote. E agora que o processo mencionado anteriormente, que revela como essa commodity é transformada em ativo financeiro, ficou claro, fica mais simples entender os diferentes contratos de ouro, negociados no mercado de Bolsa de Valores.

Há quatro tipos:

  • Contrato Futuro de Ouro: esse contrato é negociado em reais por grama, tendo as oscilações de sua cotação como um reflexo às expectativas do mercado internacional, atreladas ao mercado interno brasileiro e à variação do dólar. A liquidação do contrato futuro de ouro (OZ1) é física, e a entrega ocorre no dia útil seguinte ao último dia de negociação, sendo que o último dia de negociação ocorre no último dia do mês anterior ao vencimento do contrato. O vencimento desse contrato ocorre mensalmente.
  •  A vista (Disponível): a negociação desse contrato é a mais comum entre os investidores brasileiros. Ele não tem vencimento, e sua liquidação pode ser tanto física quanto financeira. Apesar de ser negociado no mercado de BM&F, esse contrato tem pagamento a vista e não pode ser vendido “a descoberto”, ou seja, você só pode vender uma posição da qual você possui. É importante saber também, que ele está subdividido em três, sendo o contrato padrão (OZ1D) de 250 gramas, e os demais fracionários de 10 gramas (OZ2D), e de 0,225 gramas (OZ3D). Os dois últimos, por serem fracionários, não podem ser liquidados fisicamente, já que é necessário ter a custódia mínima de um contrato padrão para isso.
  •  A termo: esse contrato delega a seu portador o compromisso de negociar o ativo – em lote padrão (OZ1) – a um determinado preço fixo, em uma data futura;
  • Opção sobre Disponível de ouro: esse tipo de contrato concede ao investidor que o adquire, o direito de negociar o ativo – em lote padrão (OZ1) –, a um determinado preço fixo, em uma data futura.

A respeito dos contratos a vista e futuro, é importante dar uma atenção maior a dois pontos: à liquidação física, e à taxa de custódia cobrada pela própria B3.

Quanto à liquidação física, ou seja, a retirada do lingote de ouro, mencionada acima, é pouco comum. Isso porque, para vendê-lo é necessário certificar o grau de pureza da barra, e, para transformá-lo novamente em ativo financeiro, é necessário voltar ao início de todo o processo, ou seja, levar a barra à fundidora credenciada pela B3, e, além disso, o investidor deve arcar com todo o custo do processo.

Em relação à taxa de custódia, a fórmula pode parecer um pouco complicada, mas pode ser consultada no no site da B3. Essa taxa é provisionada diariamente de acordo com o valor financeiro que se tem em custódia – a partir do dia em que ocorre a liquidação da operação de compra –, mas é cobrada mensalmente, de maneira proporcional ao período em que o investidor mantiver o ativo em custódia.

Como comprar na Bolsa?

Agora que você entendeu sobre os diferentes tipos de contrato de ouro, mostraremos como, de fato, investir em ouro na Bolsa de Valores brasileira. Continue lendo e veja como funciona.

Inicialmente, você deve ter uma conta em uma instituição devidamente credenciada à B3, e que realize esse tipo de operação. É importante que ela conte com uma completa plataforma de investimentos, e que disponibilize plataformas profissionais para que você realize acompanhamento, suas análises, e o gerenciamento de suas aplicações.

O modalmais, por exemplo, é um banco digital que oferece uma sólida e estável plataforma de investimentos. Assim, você pode ter acesso a todos os serviços que esse tipo de instituição oferece, bem como fazer suas aplicações com segurança e sem dores de cabeça com custos altos de corretagem, instabilidades das plataformas, e outros problemas comuns em bancos convencionais.

Agora, com acesso ao seu Home Broker, ou outro plataforma de negociação, acesse para obter o valor da cotação atual do ativo. Com o valor necessário para fazer a transação, basta entrar em contato com a nosso atendimento, que enviará a ordem à mesa de operações.

Para saber o exato valor a ser pago pela operação, porém, sem considerar os custos operacionais, observe o exemplo a seguir.

Digamos que você pretende negociar um contrato de 250 gramas de ouro, ou seja, o ativo OZ1D. Abrindo sua plataforma, você viu que ela está sendo cotada, por exemplo, a R$ 334,500. Como a negociação desse contrato é em reais por grama, com três casas decimais, você deve então utilizar a seguinte fórmula:

Peso representado pelo contrato x preço por grama x quantidade de contratos

Seguindo o exemplo, a fórmula ficaria assim: 250 x 334,500 x 1 = R$ 83.625. O resultado dessa operação, seria o valor a ser pago pela aquisição do contrato, ou seja, o volume operacional.

Utilizando um segundo exemplo, agora com um contrato fracionário de OZ2D, suponhamos que ele esteja sendo cotado a R$ 334,950. Assim, aplicando a mesma fórmula, o resultado seria: 10 x 334,950 x 1 = R$ 3.349,50.

É claro que esses foram apenas exemplos, mas é importante que você entenda o cálculo para saber o valor que irá pagar pela aquisição do contrato.

Além do valor a ser pago pela aquisição do contrato, ou seja, o volume operacional, deve-se levar em consideração também os custos operacionais relativos a cada tipo de contrato. No caso da corretagem, por exemplo, dependendo da instituição, ela pode chegar a ser encontrada até em torno de 1% sobre o volume operacional, ou seja, o valor financeiro gerado em sua operação.

No modalmais, a corretagem sobre operações com ouro, varia: para OZ1D, a corretagem segue a tabela TOB (Taxa de Operação Básica da B3), assim, a corretagem é de 0,4% sobre o volume operacional. Já para os contratos de OZ2D e OZ3D, o valor é fixo em apenas R$ 10 por contrato.

Imposto de renda sobre operações com futuro de ouro

Apesar de essas taxas serem importantes, elas não são as que mais impactam no valor da rentabilidade da sua aplicação. Nas negociações com contratos de ouro, também há incidência de Imposto de Renda, sendo que este pode ser comparado ao mesmo que é tributado sobre as operações com ações, uma vez que a alíquota incidente sobre o ganho de capital obtido entre a compra e venda do ativo, é de 15% e somente caso os rendimentos mensais ultrapassem R$ 20 mil. No caso das pessoas físicas, se os rendimentos não ultrapassarem esse valor mencionado nas vendas de ouro, o recolhimento não é necessário.

Em caso de operações iniciadas e encerradas no mesmo dia – conhecidas como day trade –, a alíquota desse imposto é de 20% sobre o ganho líquido – ou seja, após considerados os demais custos operacionais – na venda do ouro. É importante deixar claro que, diferentemente do que acontece ao investir em ouro por meio de outros tipos de produtos, como por exemplo em fundos de investimentos, o recolhimento do imposto é de responsabilidade do investidor, sendo que deve ser pago via DARF, no máximo até o último dia útil do mês subsequente ao que ocorreram as negociações.

Qual o valor da grama do ouro?

O ouro futuro é um ativo classificado como renda variável, portanto está sujeito a diversas oscilações do mercado. Essa flutuação faz com que o seu preço varie de acordo com os fundamentos que o mercado vem sinalizando. Ele também pode sofrer alterações de acordo com as expectativas internacionais, tendo em vista que a sua cotação está muito ligada ao valor do dólar.

No Brasil, o valor da grama é calculado em reais, com até três casas decimais. Assim, a variação mínima de apregoação, conforme indicado no site da B3, é de R$ 0,001.

Vamos trazer esse conceito para a realidade, demonstrando um exemplo. Imagine que a cotação do ouro em determinado horário esteja em R$ 220 por grama. Caso você opere no mercado padrão (OZ1D), um contrato movimentará o montante de R$ 55 mil (R$ 220 x 250, que é o lote padrão).

Entretanto, sabemos que existem os lotes fracionários, sendo de 10 gramas para o código OZ2 e 0,225 gramas para o código OZ3. Então, tenha em mente que o cálculo se baseia no peso representado por cada contrato, e na cotação de cada um – sempre se lembrando de que as cotações, por mais que similares, são diferentes para cada contrato.

Como acompanhar a cotação do ouro?

Acompanhar a cotação do ouro é muito fácil. Como mencionado anteriormente, basta acessar sua plataforma de negociação, e no ambiente de cotações, buscar pelo código do contrato de interesse.

Como ocorre a liquidação do ouro?

Agora, discorreremos sobre a liquidação do ouro. Esse processo ocorre de forma física e financeira, dependendo do contrato.

Ao lidarmos com o contrato futuro e o a termo, a liquidação dá-se de forma física. Já com o contrato que é mais comumente negociado, o a vista (Disponível), a liquidação pode ser tanto física, quanto financeira, sendo essa última, a mais comum, como mencionado anteriormente.

No caso da opção sobre contratos a vista, a liquidação no exercício ocorre na data de vencimento da opção, caso o titular tenha interesse, e até o limite de horários pré-estabelecidos pela B3. Caso o titular não exerça o seu direito, as obrigações impostas ao vendedor são encerradas.

É importante ressaltar que, ao lidarmos com contratos com liquidação financeira, como por exemplo o a vista, a venda pode ser realizada a qualquer momento – desde que a compra já tenha sido realizada, pois como mencionamos, não há venda a descoberto de contratos de ouro –, sendo que a liquidação, ou seja, o recebimento do valor em dinheiro, ocorre no dia útil seguinte à venda.

No caso da compra, o pagamento pela aquisição do contrato ocorre da mesma forma: em D+1, ou seja, um dia útil após a negociação.

Quais são as vantagens de investir em contratos de ouro?

Inicialmente, o ouro é uma commodity que é reconhecida internacionalmente, além de possuir liquidez a esse nível e ser uma reserva de valor durável. Outro ponto que merece destaque, é o fato de o ouro se valorizar, principalmente, em períodos de crise.

Como, na prática, você está lidando com contratos que têm como objeto um metal precioso de altíssima liquidez, é comum que muitas pessoas, em períodos de crise e medo, adquiram o ativo para proteger o seu patrimônio de variações do mercado.

Além disso, como a cotação do ouro está atrelada ao dólar, é possível beneficiar-se tanto com a valorização do ativo no mercado internacional, como com a desvalorização do câmbio.

Investir em contratos de ouro, é uma das formas mais seguras de beneficiar-se dessa commodity como ativo financeiro, uma vez que os lingotes de ouro estarão custodiados em uma instituição própria para isso, e credenciada à B3.

Por fim, os contratos de ouro, especialmente o contrato a vista OZ1D, é por vezes, aceito como garantia para outras operações. Ou seja, além de diversificar seus investimentos e proteger sua carteira, você ainda pode utilizar esse contrato como garantia para a negociação de outros ativos, caso isso seja aceito pela sua instituição de investimento.

Quais são as desvantagens de investir em ouro

Assim como qualquer outro investimento, todas as variáveis referentes a ele devem ser consideradas, até mesmo para que o investidor possa entender, de fato, se aquele investimento atende ou não às suas expectativas.

Esse ativo, em momentos de queda da demanda e crescimento econômico, pode ter sua liquidez negativamente afetada, perdendo atratividade. É por isso que o investimento nesse ativo pode não ser interessante para o curto e médio prazo.

Além disso, os contratos que são mais acessíveis, geralmente, têm um volume de negociações menor – como é o caso do contrato OZ3D –, sendo, em muitos casos, necessário ter um capital disponível mais elevado para ter acesso a um contrato com mais liquidez.

Outra desvantagem diz respeito aos custos envolvidos, que podem ser bem elevados e variar, por exemplo, de acordo com o tipo de contrato, e o prazo de permanência dele em sua carteira.

Por fim, podemos concluir que, investir em ouro é uma excelente forma de proteção para carteira ou, até mesmo, para ganhos no longo prazo. Entretanto, é fundamental que você conte com uma instituição de investimentos de confiança e que ofereça as melhores condições para esse, e outros tipos de investimentos.

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