Blog do modalmais

Swap: o que é e como funciona essa operação?

Swap: o que é e como funciona essa operação?

Você já ouviu falar em Swap? Ele é um derivativo não muito comum entre pessoas físicas e, muito provavelmente, você jamais terá que inseri-lo em sua declaração de Imposto de Renda no campo de Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva.

No entanto, o fato de um conceito não ser aplicável para o seu perfil como investidor não significa que você não deva conhecer o seu significado. O conhecimento é um dos ativos mais importantes do mercado financeiro e costuma ser o balizador para o sucesso no mundo dos investimentos.

Neste artigo, aprofundaremos um pouco mais o assunto, mostrando a definição, para que serve, as formas de cálculo, entre outros pontos importantes. Acompanhe!

O que é o Swap?

O termo Swap tem como conceito a “troca” ou “permuta”, traduzindo para o português. Em uma definição mais formal, ele consiste em um contrato entre duas partes para que ocorra a troca de risco de uma posição credora ou ativa e uma passiva ou devedora que deve ocorrer em data futura, sendo que esta troca de fluxo de caixa deverá estar baseada na comparação da rentabilidade entre dois indexadores.

Essas trocas de indexadores são muito comuns em posições que envolvem taxas de juros, commodities e moedas.

Existem diversos tipos e metodologias de cálculo do Swap, bem como alguns custos que discorreremos ao longo deste artigo.

Como funciona?

Os contratos de Swap são negociados no mercado de balcão organizado, ambiente em que as negociações são acordadas entre as partes, no que diz respeito a taxas, prazos e condições do contrato, sendo registradas na CETIP, atualmente parte da B3.

Esses contratos podem ser utilizados para executar operações de hedge, ou seja, proteção de carteira para as empresas, bem como para investidores que possuem títulos que possam variar de acordo com moeda, indexador, commodity, entre outros.

Para você entender melhor, vamos ilustrar com um exemplo simples. Suponhamos que a companhia “A” tem em sua carteira um investimento atrelado ao CDI, assim como algumas dívidas em dólar, e necessita de proteção quanto a possíveis altas da moeda, que podem fazer crescer o montante de sua dívida.

Nesse caso, ela pode fazer um hedge e trocar a rentabilidade da variação do CDI pela remuneração do dólar. Assim, suas dívidas não superarão o retorno de suas aplicações. Nesse caso em especial, a empresa “A” venderia o retorno do CDI à companhia “B”, que está interessada em se defender da queda do dólar, e compraria a variação da moeda somada a um cupom cambial.

Por fim, no vencimento, a variação de cada um dos ativos financeiros, objetos de troca, serão apurados e então, cada uma das partes realiza o pagamento da posição assumida. Esse seria um exemplo de Swap cambial.

Para que serve?

O Swap é um instrumento financeiro que serve, especialmente, para mitigar riscos, uma vez que permite mais estabilidade diante da variação de indexadores e preços de um ativo.

Por esse motivo, – apesar de não ser considerado um investimento em si – ele é muito utilizado por traders que buscam obter resultados positivos diante das variações de preço do dólar, no curto prazo, e por empresas que dependem da variação de preços de moedas ou de commodities estrangeiros. Como?

Suponhamos que a Embraer faça a exportação de seus produtos e receba toda a sua receita em dólar americano. Entretanto, a maior parte dos seus custos incidentes sobre a produção acaba sendo paga em real brasileiro – afinal, todo o processo produtivo ocorre no país.

Outra empresa, que trabalha com importação – que, neste exemplo, chamaremos de ABC Imports – recebe toda a sua receita em moeda nacional (RS). Entretanto, utiliza dólares para comprar os produtos importados para revender no país.

Se elas não fizerem nada para proteger o seu capital, qualquer variação no câmbio pode afetar diretamente o resultado das duas empresas, podendo ser tanto de forma positiva quanto negativa.

Como as duas não querem ficar expostas a esse tipo de risco, elas fazem uma operação de Swap. Logo, elas decidem trocar, de certa forma, o risco das moedas, e, quando ocorrer uma variação abrupta no câmbio, nenhuma delas ficará tão exposta a sofrer grandes variações em seus lucros.

Quais são os tipos?

Além de conhecer o conceito, como funciona e onde se aplica o Swap, também é importante saber quais são os tipos existentes. Discorreremos sobre eles neste tópico do artigo.

Swap de índices

O swap de índices é um contrato em que são trocados fluxos associados ao retorno de um índice de preços, tais como o IGP-M, INLPC ou, até mesmo, índices de ações, como o Ibovespa e IBrX-50. Veja, a seguir, o exemplo dessa modalidade:

  • Swap Ibovespa x taxa de juros (DI) – são trocados os fluxos de caixa que têm indexação com o Ibovespa, além de uma taxa de juros negociada entre as partes, pelos fluxos indexados a uma variação do DI, ou o contrário.

Swap de taxas de juros

Basicamente, é um contrato em que as partes trocam a variação de um determinado juro, sendo que uma parte assumirá o resultado da taxa pré-fixada, enquanto a outra assumirá o resultado desse mesmo juro exposto a uma variação pós-fixada.

Swap cambial

O swap cambial é estruturado na variação de uma moeda entre a variação de uma taxa de juros.

até mesmo o pequeno investidor pessoa física que está com sua plataforma aberta fazendo operações de curtíssimo prazo, como o Day Trade, pode aproveitar grandes movimentações quando esse tipo de procedimento acontece. Por isso é tão importante conhecer o conceito que estamos estudando.

Swap de commodities

O swap de commodities é um contrato pelo qual duas instituições fazem a troca de fluxos associados às variações de cotações de determinadas commodities. Os contratos desse tipo de swap podem ter como fator de troca, os preços dos contratos de ouro, boi gordo, petróleo e milho.

Como calcular?

Agora mostraremos um exemplo de swap cambial, entre duas empresas hipotéticas.

Inicialmente, vamos imaginar que uma companhia “X” tenha aplicações no valor de R$ 5.000.000,00 em um CDB que proporcione um retorno de 100% do percentual do CDI, com um prazo de 90 dias e suas dívidas em dólar americano.

Imaginando que esse indexador esteja em 3% ao ano, vamos determinar os seguintes dados:

  • Montante aplicado em CDB – R$ 5.000.000,00;
  • Prazo para vencimento da aplicação – 90 dias;
  • CDI estimado para os 90 dias – 0,7417%;
  • Variação cambial esperada para o período – 5%;
  • Cupom cambial para os 90 dias – 2,41%.

Levando-se em consideração que a instituição pretende realizar um swap para a trocar o retorno do CDI pela variação do dólar americano, teremos os resultados abaixo para o retorno do CDI, no período de 90 dias, sobre o capital inicial:

  • R$ 5.000.000,00 x (1 + 0,7417%) = R$ 5.037.085,00

No caso do retorno pela oscilação do preço da moeda americana, acrescido do percentual do cupom cambial, teríamos:

  • [(1 + 5%) x (1 + 2,41%)] x R$ 5.000.000,00 = R$ 5.376.525,00

No dia do vencimento, a empresa “X” (que está na posição vendedora no contrato), receberá a variação do dólar, acrescido ao cupom cambial, e cumprindo com sua obrigação no contrato, pagará à ponta compradora, a outra empresa, o retorno do CDI.

  • Realizado um pagamento de R$ 5.037.085,00;

Analisando os dados desse exemplo hipotético, chegamos à conclusão que, apesar de o câmbio ter se elevado no percentual de 5% e mesmo a sua dívida em dólar ter sido afetada pela variação da moeda, ela ainda conseguiu ter um lucro de R$ 339.440,00 por ter realizado a operação de Swap.

Vale a pena ressaltar que, no exemplo hipotético, trabalhamos apenas com os valores absolutos sem aplicar as taxas, Imposto de Renda e demais custos incidentes sobre esse tipo de operação e que também impactam negativamente na lucratividade esperada.

Essa operação foi feita para proteger o patrimônio da empresa contra o aumento do dólar, que, consequentemente, poderia ocasionar um maior volume em sua dívida frente a desvalorização do real. Esse é um exemplo clássico de um procedimento denominado de Hedge, que tem por objetivo proteger a carteira de um investidor.

Entretanto, esse conceito não se aplica exclusivamente às operações de Swap. É possível fazer Hedge com ações, moeda, commodities, entre outros ativos. Portanto, diferentemente do Swap, esse conceito é possível e recomendado para as pessoas físicas que operam no mercado financeiro.

Como funciona com o Imposto de Renda?

Os ganhos que forem obtidos com o Swap, são passíveis de produção da base de cálculo do Imposto de Renda, ou seja, têm a incidência desse tributo.

A forma de cálculo dele funciona de forma muito parecida com as aplicações de renda fixa, tendo suas alíquotas variando entre 15% a 22,5% de acordo com o prazo da operação.

Porém, para empresas não-financeiras, a Receita Federal considera que, as operações de cobertura de risco (hedges), são dedutíveis em casos de perda, desde que haja a devida comprovação de cobertura de risco.

Entretanto, esse não é o único tributo sobre as operações. Existe outro, menos impactante, que é o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), incidente no momento em que ocorre a transmissão, emissão, pagamento ou resgate do instrumento negociado.

Como você pode perceber, o Swap é um tipo de operação mais comum entre investidores institucionais. Entretanto, como eles movimentam grandes quantias no mercado, até mesmo você, em algumas situações, pode ser afetado de forma positiva ou negativa, dependendo da sua análise.

Por isso, é fundamental investir tempo no estudo e no entendimento desse conceito. Se você gostou dessas informações e quer começar a investir a partir de agora e verifique todos os títulos e as opções diferenciadas que temos a oferecer. 

Se você gostou deste artigo e quer continuar recebendo dicas sobre investimentos, assine a nossa newsletter. Dessa forma, você será informado sempre que publicarmos um novo conteúdo.

Ainda não é Cliente? Abra a sua conta no modalmais

Siga o Blog modalmais no Telegram.

close

Seja notificado quando sair novos conteúdos.